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Neuroma de Morton

O Neuroma de Morton

O neuroma dos nervos digitais plantares foi inicialmente descrito por Durlacher em 1845 e difundido por Thomas G. Morton em 1876, levando seu nome. É causa comum de metatarsalgia, desencadeada mais frequentemente pela compressão mecânica dos ramos digitais dos nervos plantares.

O Neuroma de Morton pode ter os sinónimos de neuroma plantar, metatarsalgia de Morton, neuroma interdigital, entre outros, e é uma das muitas condições que pode provocar dor no pé. Esta patologia é mais frequente em pessoas obesas, mulheres de meia idade, pessoas que caminhem longas distâncias, soldados e atletas que corram longas distâncias, perda do arco transversal do pé, e está descrita como tendo a sua origem no crescimento de tecido cicatricial e aderente no 3º e 4º espaço intermetatársico fazendo com que haja compressão do nervo digital plantar (Nazarako, 2011), (Tomasi, 2009), (Xu, et al., 2015). Esta não é a única etiologia descrita e ainda não existe um forte consenso nesta matéria.

De acordo com Stecco, C., et al. (2015) a alteração do apoio plantar pode causar maior tensão nos músculos interósseos que, devido à sua inserção na fáscia dorsal podem criar rigidez na fáscia. Esta rigidez crónica pode diminuir o espaço entre os metatarsos e causar tensão no mesmo criando assim compressão do nervo em que, o neuroma, é considerado a manifestação final.

Outros autores defendem que factores como a idade favoreçam o seu aparecimento, assim como lesão traumática local, bursite intermetatarsiana (Mahadevan , et al., 2016). No entanto existe uma convergência de pensamento que leva a que a alteração do apoio plantar gera maior pressão em algumas áreas que leva a que patologia tenha início.

 

Diagnóstico

O diagnóstico desta patologia pode ser realizado através de ressonância magnética ou ultrassom, tendo este último diversas vantagens: o resultado é conhecido no momento, tem custos mais reduzidos e a sua fiabilidade é mais elevada (Xu, et al., 2015). De acordo com o autor o “sinal de Tinel-Hoffman” mostra evidências positivas para o diagnóstico, assim como o uso do “teste de Mulder”.

 

Os sintomas associados ao neuroma são (Nazarako, 2011):

  • Parestesias no 3º e 4º dedo
  • Dor aguda súbita
  • Dor no pé que piora ao longo do dia
  • A dor piora com saltos altos ou calçado apertado
  • A dor não melhora no repouso imediato (pode durar por minutos ou horas)
  • Sensação de ter um objecto dentro do calçado
  • O paciente sente um “click” quando faz extensão dos dedos
  • Sinal de Mulder: positivo quando o paciente sente dor durante a compressão dos metatarsos com uma mão e com a outra pressionar nos espaços entre os metatarsos.

 

Esta patologia habitualmente é de intervenção cirúrgica e tem sido inovada ao longo dos tempos as intervenções actualmente possíveis são a neurectomia (secção do nervo lateral plantar) com a vantagem de tratar outras patologias do se necessário (halux valgus, etc.) por ser uma cirurgia aberta. Outra cirurgia possível é a percutânea onde se realiza a osteotomia dos metatarsos (2º, 3º e 4º) e a libertação do ligamento transverso dos metatarsos simultaneamente. Ambas as cirurgias têm resultados positivos embora o método deva ser estrategicamente decidido mediante as necessidades do paciente (Bauer, et al., 2015).

 

Na Clínica FisioQI, os nossos profissionais têm muita experiência com esta patologia, por isso se tiver alguma dúvida ou se reconhecer estes sintomas, contacte a nossa equipa e saiba como podemos ajudar!

BiBliografia

Bauer, T. et al., 2015. Metatarsalgia and Morton’s Disease: Comparison of Outcomes Between Open Procedure and Neurectomy Versus Percutaneous Metatarsal Osteotomies and Ligament Release With a Minimum of 2 Years of Follow-Up. The Journal Of Foot And Ankle Surgery, 54(3), pp. 373-377.

Hähni , M., Baur, H. & Hirschmüller, A., 2016. The effect of foot orthoses with forefoot cushioning or metatarsal pad on forefoot peak plantar pressure in running. Journal of Foot & Ankle Research, 9(44), pp. 1-8.

Mahadevan , D. et al., 2016. What factor predict the need for further intervention following corticosteroid injection’s of Morton’s neuroma. Foot and ankle surgery, Volume 22, pp. 9-11.

Nazarako, L., 2011. Morton’s neuroma: causes, symptoms and treatment. British Journal of Healthcare Assistants, 55(8), pp. 388-391.

Stecco , C. et al., 2015. The role of fasciae in Civinini–Morton’s syndrome. Journal of Anatomy, Volume 227, pp. 654-664.

Tomasi, L., 2009. Morton’s Neuroma: In the trainning room. Hughston Health Alert Winter, 21(1), p. 3.

Xu, Z. et al., 2015. The accuracy of ultrasonography and magnetic ressonance imaging for diagnosis of Morton’s neuroma: a sistematic review. Clinical Radiology, Volume 70, pp. 351-358.

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