População idosa
A população idosa tem vindo a aumentar em todo o mundo, sendo que em Portugal começamos a notar um aumento da população idosa face à população mais jovem.
Num relatório publicado pelo INE, este refere que a população jovem (pessoas com idade inferior a 15 anos), baixou em 16.330 no ano passado face a 2017, situando-se em 1.407.566. Já a população com idade igual ou superior a 65 anos aumentou em mais de 30 mil, para 2.244.225 pessoas.
“As alterações na dimensão e na composição por sexo e idade da população residente em Portugal, em particular devido à baixa natalidade e ao aumento da longevidade nas últimas décadas, indiciam, além do decréscimo populacional nos últimos anos, a continuação do envelhecimento demográfico”, refere o INE.
Processo de envelhicimento
O processo de envelhecimento traz consigo vários factores como a perda da capacidade visual, alterações no equilíbrio e no sistema vestibular. O equilíbrio é o efeito da simetria dos sistemas: musculoesquelético, vestibular, visual e somatossensorial, que se altera com o passar dos anos. Na relação ao nível cognitivo, ocorrem modificações na fala e linguagem, na habilidade motora e também na memória. As mudanças musculoesqueléticas irão acontecer desde a fase adulta, onde terá uma diminuição das fibras tipo II (dão a forma e volume ao corpo). A partir dos 35 anos há modificações naturais na cartilagem articular,que com a chegada do envelhecimento provocam alterações variadas, que levam a atenuação do equilíbrio,flexibilidade e funcionalidade do idoso, sendo que essas modificações são naturais da idade (ESQUENAZI, 2014).
O processo de envelhecimento pode ser classificado em três subdivisões: primário, secundário e terciário.
- O envelhecimento primário, também conhecido como envelhecimento normal ou senescência é uma qualidade genética comum e chega ao organismo com aspecto gradativo.
- O secundário caracteriza-se por alterações que acontece no processo normal do envelhecimento e pode ser caracterizado por alterações cardiovasculares e cerebrais.
- Quanto ao envelhecimento terciário, este refere-se a perdas cognitivas e físicas.
O envelhecimento
O envelhecimento pode variar de cidadão para cidadão ocorrendo de forma mais acelerada para uns e de forma progressiva para outros. Estas alterações sucedem devido a condições socioeconómicas, doenças crónicas e estilo de vida (FECHINE, 2012).
O equilíbrio é um efeito da simetria dos sistemas: musculoesquelético, vestibular, visual e somatossensorial. Esses sistemas influenciam muito no processo de envelhecimento, no qual pode haver ausência de funções que prejudicam o funcionamento e aplicação da resposta motora, que controla o equilíbrio e a postura, e, que pode levar as perdas funcionais resultando em quedas (ALMEIDA et al, 2012).
A queda pode ser classificada como eventos de desequilíbrio que favorece o idoso ao chão. Pode estar relacionada com qualquer imprevisto com objectos próximos. A queda está relacionada com muitos factores, alterações fisiológicas e cognitivas do envelhecimento e factores intrínsecos e extrínsecos. Além das alterações próprias do envelhecimento factores intrínsecos e extrínsecos também irão predispor os idosos a quedas. Factores intrínsecos, são alterações do próprio corpo do idoso, podem ser mudanças cognitivas, no equilíbrio e doenças. Factores extrínsecos são aqueles que envolvem o ambiente como iluminação, tapetes, desníveis, etc. (ALMEIDA et al, 2012).
Efeitos das Modificações nas Estruturas Fisiológicas do Idoso
Sabendo-se que há modificações nas estruturas fisiológicas do idoso irá ocorrer um comprometimento da marcha. As alterações da marcha estão associadas a alterações fisiológicas e/ou emocionais. Tais modificações podem ser analisadas pelas alterações no sistema motor que influencia também o estado emocional do idoso e que irá dificultar actividades simples da vida diária. Idosos acima de 65 anos, com alterações na marcha vão apresentar maior predisposição a sofrer quedas, o que pode levar a hospitalização e alterações físicas (traumatismos). Desta maneira, a marcha não deve ser assimilada sem fazer referência à prática psicomotora que compreende a imagem corporal (SANTOS, et al, 2014). Já com relação ao nível cognitivo, ocorrem modificações na fala e linguagem, habilidade motora e também afecta a memória do idoso no qual esquece nomes, objectos e números, o que dificulta seu quotidiano e suas actividades diárias. Assim a mudança natural do nível cognitivo irá influenciar na qualidade de vida e no prolongamento da velhice (BRITO, 2012).
No que diz respeito ao comprometimento funcional do idoso irá influenciar na família, na comunidade e na própria vida do idoso, de tal forma que a incapacidade leva a uma maior fraqueza e dependência na velhice, influenciando no bem estar e na qualidade de vida. A funcionalidade normal pode ser classificada quando o idoso tem a capacidade e possibilidade de realizar funções diárias normais e ser independente. A independência funcional ocorre quando o idoso não tem mais a prática de realizar algo comum. Então desta forma vem afectando na autonomia e independência. (MURAKAMI, 2010).
Assim, sendo e como conclusão, há várias formas de diminuir esta degradação motora, assim como cognitiva, e inclusivamente regredir em alguns casos, através da adopção de um estilo de vida saudável, que parte, acima de de tudo, por ter uma alimentação adequada e praticar exercício físico de forma regular. Estes são os dois pilares básicos para o melhoramento da condição musculoesquelética, assim como cognitiva.
Casos Paticulares
Em casos particulares, seja devido a alguma patologia ou quebra da capacidade motora, a fisioterapia encarrega-se de devolver essa capacidade, através de tratamentos específicos e/ou prescrição de exercícios terapêuticos que, executados de forma regular, acabam por devolver a mobilidade que se foi perdendo ao longo dos anos. A reabilitação e melhoria da qualidade de vida implicam exercícios de coordenação motora, exercícios específicos para o sistema vestibular (exercícios de reacção postural, funcionais de acordo com as actividades diárias do paciente, pistas auditivas e visuais). A Fisioterapia e a Medicina Chinesa (na qual também se obtém excelentes resultados nesta área), podem ser consideradas as ferramentas mais poderosas, capazes de devolver mais autonomia e independência aos idosos.
Referência Bibliográficas
Esquenazi, 2014,Aspectos fisiopatológicos do envelhecimento humano e quedas em idosos
Fechine, 2012, O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com os passar dos anos
Santos, et al, 2014, Análise de factores extrínsecos e intrínsecos que predispõem a quedas em idosos
Guerra, et al, 2017, Prevalência de quedas em idosos na comunidade